13 de fevereiro de 2018

Insubstituível

Depois da última vacina:

- Luís, a próxima é em 2033, com 26 anos. A essa já não vais com a mãe. Até posso já ter morrido.
- Espero que não!... Se não quem é que me vai lembrar que tenho que ir à vacina?

12 de julho de 2016

Rita "Ravachol" Freire

Avaliação do final do 1º ano:

"(...) a Rita é uma criança bastante teimosa e persistente, desafiando constantemente as regras estabelecidas e contrariando as indicações que lhe são dadas."

Estou orgulhosíssima!

27 de maio de 2014

Luis, o subversivo

O Luis foi votar comigo no Domingo.
Fomos os dois à cabine de voto, pôs a cruz no papel e colocou o voto na urna.

Estava contente.

- Oh mãe! Eu votei?
- Sim.
- Mas os meninos não podem votar, pois não?
- Não.
- Pois... eu bem te digo, eu sou um fora-da-lei.

Encheu-me de ternura, o meu pequeno anarquista.

18 de março de 2013

Milestones

Há coisas que não esperamos ouvir da boca dos nossos filhos. Aqueles que nasceram ontem, sim. Não foi ontem?...

O Pedro aborrece-se com a lentidão do Luis a cumprir uma tarefa de um jogo:

- Eu faço isso num abrir e fechar de olhos!
- Como assim, num abrir e fechar de olhos? (O Luis começa sempre as perguntas com "Como assim?"...)
- Quer dizer que é muito rápido, como abrir e fechar os olhos.
- Não estou a perceber nada.
- Oh Luis! (muito enfadado...). É uma expressão idiomática!


(Confesso que fui discretamente ver à Wikipédia. Só para confirmar...)

18 de agosto de 2012

Mamã

A Rita, às vezes, chama-me mamã. Eu não gosto, acho piroso, e corrijo-a:

- Não sou mamã, sou mãe
- Não és mamã, mamã?
- Sou mãe.
- És mãe, mamã?
- Sim.
- Está bem, mãe-mamã.

Outras vezes chama-me mãe. Dias a fio. São dias de independência. Brinca mais com os irmãos. Faz mais birras, aceita menos opiniões. De repente, um dia, "Tu não és mãe!". Eu sorrio. "Não? Então sou o quê?". "És mamã". "Dá-me um beijinho", ela dá. "Outro", ela dá. "Agora aqui, demora muito", ela dá, repenicado. "E um abraço apertado?", ela abraça-me. Eu aperto-a, cheiro-lhe o cheiro a chocolate dos cabelos, e quero que ela nunca deixe de me chamar mamã. Mas digo:

- Não sou mamã, sou mãe.

23 de dezembro de 2011

Expectativas

Conversa com o João. Começo eu:

-Ah, sabes, o Bruno, o motorista que agora traz os miúdos da escola, é mais amigo das novas tecnologias. Recebi no meu telemóvel...

(interrupção abrupta cheia de entusiasmo)

- Ele tem aquela aplicação da google que dá para ver onde está a carrinha?! Por exemplo, para vermos online onde estão e quanto tempo demorarão a chegar?!

- Mmmm... não. Ele enviou-me um SMS a dizer que ia estar de férias e com o telemóvel do Sr. Gabriel, que o vai substituir...

18 de outubro de 2011

Altruísmo

Anseio pelo momento de dar sangue para estar 20 minutos de perna estendida. Vinte minutos só para mim.

12 de setembro de 2011

Centro de Emprego

Ao telefone com o Centro de Emprego.

- Gostaria de saber do que necessito levar para me inscrever.
- O seu BI, número de contribuinte, essas coisas...
- E o CV?
- O quê??
- O currículo...
- Ah, isso não é preciso...

10 de setembro de 2011

Generation gap

Pedro, com o recém-adquirido Magalhães:

- Mãe, vou levar no carro para mandar uns mails.
- Não dá, porque é preciso internet para mandar mails.
- O nosso carro não tem internet??!!!

17 de abril de 2011

Não

"Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém* que diz não."

*É a Rita.

12 de abril de 2011

24 de março de 2011

Constatação

É triste perceber que, enquanto bolseira, não tenho quaisquer benefícios sociais porque os sucessivos PECs que ultrajaram o país não me conseguiram retirar nenhum.

Nem unzinho para me poder queixar que estou pior!

23 de março de 2011

24 de fevereiro de 2011

Relatividade

Andamos com um carro de substituição. Um FIAT Punto, retro, com vidros manuais atrás.

Os dois saloios do século XXI estavam deliciados: "Mãe! Esperei por isto a minha vida toda! Agora com esta invenção posso controlar os meus próprios vidros!"

É o futuro, que já cá chegou!

10 de fevereiro de 2011

Epitáfio

O Pedro anda a explorar a "morte". Posso ir ao funeral da avó Celina? Porque é que não fui ao funeral da avó Raquel? O que é ser cremado? Podem-se fazer múmias em Portugal? Vais doar o teu corpo à ciência, mãe?...

Às tantas pergunta-me o que vou escrever na minha lápide. "Não sei. Tu e os teus irmãos é que decidem. Tens sugestões?". Pensa um bocado... "Que tal assim: Gostámos muito de ti. Agora adeusinho."

Não é a costumeira foleirada do "Saudosa família...". Mas, pá, é assim como ser despedida de um emprego. Sem indeminização.

1 de fevereiro de 2011

Cobre e lã

Parece que foi ontem: sete anos de casados! Esqueci-me. Cheguei hoje ao trabalho e tinha um e-mail do Geni a lembrar-me que os presentes tradicionais são de cobre e lã.

Gosto disto de não ligarmos às datas. Não faz sentido contar anos quando é para sempre, não é? :-) Só me chateia não receber os presentes. Uma canadiana de caxemira cinzenta, assim por exemplo...

10 de janeiro de 2011

status

Desde que fez 4 anos, o Luis, orgulhoso, apresenta-se:
- Olá! Eu tenho 4 anos!

Na semana passada mudou de fórmula. Dá-lhe mais status:
- Olá! Eu tenho piolhos!