30 de março de 2007

Urban proof, not child proof

Para o Pedro, agora, qualquer carrinho que se aproxime do tamanho do pé é para brincar assim:

Não adianta explicar a um miúdo de dois anos e meio o que é uma metáfora, o que são liberdades criativas, o que é realidade e o que é fantasia.

Este exemplo inconsequente (ou antes inconsequente até à data e espero que se mantenha assim), fez-me pensar pela primeira vez se existe realmente uma necessidade de controlar o que eles vêm na TV. Não digo os anúncios, que me parece incontrolável, mas os programas em si. A minha infância não foi controlada assim, exceptuando pela hora de ir para a cama, e a ideia de eu o fazer deixa-me desconfortável.

Ando a pensar nisto há uns dias. E, após reflexão, acabo de reiterar a minha convicção de que não adianta, e não é bom, protegê-los do mundo. É deixá-los dar umas "quedas" e oferecer-lhes as melhores ferramentas possíveis para se protegerem. E não há melhor ferramenta que o conhecimento. E isto vale para a TV, livros e ruas.

E no que puder farei os possíveis para que o mundo (todo ele, não apenas o do Pedro e do Luis) se vá tornando um pouco menos hostil.

27 de março de 2007

Experiência adquirida

A primeira sopa do Pedro, há coisa menos coisa de 2 anos, marcou o início de uma era que durou alguns meses, em que o horário da refeição era o período mais temido e extenuante do dia.

O Luis estreou-se ontem. E, pelo contrário, comeu de tal maneira bem que nem foi preciso trocar de babete no fim.

É certo que, basta olhar para eles - para os olhos "encovados" de um e para os refegos e bochechas do outro - para se ver que o Luis é mais amigo do pecado da gula. Mas a verdade é que a abordagem também foi diferente: o Pedro começou pelas sopas tradicionais, sabores talvez um pouco difíceis para quem só conhece a mama. Ao Luis demos uma das primeiras receitas deste livro fantástico que foi o que nos resolveu o problema há dois anos atrás. Receitas saborosas, também para adultos.

Cada filho torna-se mais fácil que o anterior. Mas adquirir esta experiência cansa-nos demasiado para termos vontade de uma nova oportunidade para a colocar em prática.

26 de março de 2007

Trabalho em curso

Por indicação da SS, na creche do Pedro, os lençois da sesta têm agora que ser guardados numa bolsa fechada. Enquanto acho esta exigência um disparate da "sociedade esterilizada", apreciei a oportunidade de me sentar no chão a fazer recortes e cozer trapos e missangas. Lembra-me o conforto de invernos inteiros ao lado da minha avó, à braseira. Do trabalho para clientes só me era permitido "virar os cintos", com uma bic laranja ou um alfinete de dama; mas tinha um trapo - ela chamava-lhe "o bruxedo" - onde pregava botões e passava linhas de várias cores de um lado para o outro.


Por (de)formação profissional, e porque ele não estaria aqui se o pai e a mãe não gostassem de mergulhos, fiz-lhe um peixinho*.

* Peixes a sério não fazem bolhinhas.