21 de maio de 2008

Heróis

Assim, que me lembre, tive três heróis.

Primeiro a Heidi. Identificava-me com a sua relação tão próxima com o avó. Também o meu me levava ao campo, me ensinou a andar de bicicleta, a lançar o peão e até a andar de andas. Se pudesse viveria ali, com ele, e fugia da cidade grande como ela, de volta para a montanha. Fez-me gostar do nome Pedro. Tanto, que é o nome de um dos meus filhos. E quem se vestia de roxo era, com toda a certeza, pérfido como a Rottermeier.

Depois o Sandokan. Faz parte do meu imaginário romântico. O melhor amigo de Sandokan era um português de nome Eanes e no meu universo de 5 ou 6 anos era encarnado pelo então presidente Ramalho. Só podia ser boa pessoa, sendo amigo do Tigre da Malásia.

Já na adolescência apareceu o McGyver. Um herói dos tempos modernos, a transbordar de engenho e conhecimento. Graças a ele sei como travar uma fuga de ácido sulfúrico numa central nuclear, caso me veja em tais apuros. Inicialmente só o via na TVE. O meu pai chamava-lhe "O homem do VitorInox" e só descobrimos o seu nome quando, anos mais tarde, a série passou em Portugal.

O meu novo orientador é um bocadinho McGyver. Precisa de mais ferramentas, é certo, mas constroi qualquer coisa de que precisemos. E, ao mesmo tempo, ensina-nos o que há de mais íntimo sobre a Transformada de Fourier. Tem sido inspirador. Outro dia quando o meu secador de cabelo se estragou a poucas horas de uma ida a um casamento, depois do Engenheiro aqui de casa ter declarado que não o conseguia arranjar por falta de ferramentas adequadas, saquei do meu canivetezinho vermelho e de um rolo de fita-cola e ainda hoje continua a soprar ar quente. Repito mentalmente "Mi nombre es 'macguiber'".

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