Estou em casa. Agora, cheia de dados, a precisar de um ninho académico onde possa olhar para eles, transformá-los em gráficos e em pês menores que 0.05, esbarro na burocracia e nas tricas da hierarquia. Tenho sala? Tenho. Sempre para a semana. E está sempre a mudar de sítio, a minha sala, que, aliás, é provisória. Porque há-de ser outra. E enquanto espero, mais uma semana, todas as semanas, não é nenhuma. Há uma data delas, fechadas. A ganhar pó. À espera de gente. Mas, enquanto a cúpula decide, permaneço em casa.
Estou quase, quase, zangada. Faço o que posso por aqui, devagarinho. Já tenho exceis. Já tenho números. Aproveito a privacidade do escritório caseiro e ponho uma máscara na cara. Espero que seque enquanto olho o ecran. O Pedro, que vê a minha estadia como uma oportunidade para ficar com febre e não ir à escola, pergunta-me com entusiasmo "Mãe! És o Hulk?!". Por enquanto sou só o mild mannered Dr. Bruce Banner. Mas a cada semana que passa, cresce o Hulk dentro de mim. Que com certeza me meterá em sarilhos.
Estou quase, quase, zangada. Faço o que posso por aqui, devagarinho. Já tenho exceis. Já tenho números. Aproveito a privacidade do escritório caseiro e ponho uma máscara na cara. Espero que seque enquanto olho o ecran. O Pedro, que vê a minha estadia como uma oportunidade para ficar com febre e não ir à escola, pergunta-me com entusiasmo "Mãe! És o Hulk?!". Por enquanto sou só o mild mannered Dr. Bruce Banner. Mas a cada semana que passa, cresce o Hulk dentro de mim. Que com certeza me meterá em sarilhos.
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