9 de março de 2009

34

Pesam-me. Especialmente os últimos 4 ou 5. Sinto-o de cada vez que comparo memórias de infância com os meus colegas de gabinete. As deles são as minhas memórias de liceu, algumas dos primeiros anos da faculdade. Vivem com os pais, não sabem o que é o IMI, ou mesmo o IRS, e não sentem qualquer impacto com a descida da taxa de juro (o que é isso?). Nem sequer integram, todos os dias, o que se está a estragar no frigorífico, o que existe na dispensa, o que há que tirar do congelador, ou se é preciso dar um saltinho para comprar coentros à mercearia para fazer o jantar. São estas coisinhas que envelhecem.

Por outro lado, não me vendem à primeira o cartão de estacionamento da faculdade porque julgam que sou aluna, a menina do Boticário pede-me desculpa por só ter amostras da linha >30 para me oferecer, e respondo constantemente "já é o terceiro" quando me oferecem conselhos bem-intencionados sobre a gravidez.

Eu não pareço mais nova. A sociedade é que nos infantiliza até aos 30. Os pais querem-nos em casa, tiramos grau atrás de grau antes de encarar o mercado de trabalho, e temos que ter a casa, 2 carros e empregada antes de ter o primeiro filho. Saltamos da adolescência para o "34, já?!". Pois. Somos é velhos demais para crescer, já não temos energia.

4 comentários:

Ana disse...

Ainda és muito nova.
O que te pesa não são os 34, mas sim as três crianças com menos de 6 anos.
Mas daqui por uns 6 anos, vais sentir-te leve novamente.
40's are the new 20's

Ju disse...

Antes de mais nada: PARABÉNS!!! :D E depois concordo plenamente contigo. Tiramos montes de graus e depois já não há energia para crescer... Tanto não há que eu tou numa fase que faz ter medo de um dia vir a ter 2 carros, uma casa, filhos!!! Não devia ser assim...

Vera Domingues disse...

muitos parabéns!! nem mais nova nem mais velha, contas uns belos e bem vividos 34.bjs.vera

Anónimo disse...

Same here... :-(
Mas sem prole...