8 de junho de 2007

Home alone

Deito-me sozinha muitas vezes. Gosto da sensação de 1,60m de largura de cama só para mim. De ter duas almofadas. De poder escolher de que lado quero a luz acesa. De adormecer atravessada. De saber que há lençois frescos, um pouco mais ao lado, quando faz demasiado calor no sítio em que estou. Gosto - mesmo muito - disto tudo, quando sei que vou ser acordada com um "chega para lá"; ou resmungar estremunhada quando a almofada que prendo entre os joelhos me é arrancada para aconchegar a cabeça do João que se deita ao meu lado.

Mas quando sei que sou dona e senhora da minha cama durante uma noite inteira; e que se acordar sozinha, às 3 da manhã, não vai haver luz acesa no escritório a justificar a ausência, estes prazeres esvanecem-se perante o lugar vazio. Fico na sala à espera do sono que, invariavelmente, vem mais tarde do que é costume. Vejo séries perdidas. Sinto saudades.

Ser pendura custa, mesmo quando não se partilha a viagem.

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