24 de maio de 2007

Murros no estômago

Às vezes, quando menos se espera, recebe-se um.

Eu reciclo. Dou dinheiro à UNICEF e Amnistia Internacional. Assino as petições contra a violação dos direitos humanos. Comovo-me genuinamente com quem faz mais mas não dou o passo para lá do que se faz online. "Quando crescer / quando tiver tempo / quando os filhos forem maiores vou fazer a minha parte para que o mundo seja melhor", penso enquanto engulo o nó que se forma na garganta. E no entretanto passam-se os dias, meses e anos a gastar energia na manutenção do status quo. E, quando recebo um desses murros, não sei bem se o que me dói mais é o estado em que vai o mundo ou a realização da minha ausência de contributo para que não vá assim.

"Pensar global. Agir local." é o refúgio da minha consciência. Mas há dias - cada vez mais dias - em que esse cobertor me deixa os pés frios.

Sem comentários: