Cheguei à conclusão que tenho um problema na Área de Broca. Eu até compreendo bem as coisas, modéstia à parte. Mas verbalizá-las não é comigo. Escrever sim. Mas falar... Devem ser processos neurológicos diferentes, isto de organizar discurso escrito e organizar discurso falado. Tenho que ir ler o Damásio.
Tudo para dizer que o pesadelo de dia 27 já passou. Não estive brilhante, nem nada que se pareça. Pelo menos não pelos meus padrões. Sou melhor do que foi a minha prestação pública. Gostava era que estas provas fossem escritas. Mas lá deu para o doutoramento summa cum laude, que até seria coisa de orgulho, não fosse isto tudo política.
Ainda não sinto nada. Nem alívio, nem contentamento. Pareço um daqueles condenados institucionalizados que não sabem viver cá fora ao fim de tanto tempo encarcerados. No dia seguinte fartei-me de chorar. Fiquei com o dia a dia desprovido de sentido.
Mas hoje, ah hoje!, colhi os primeiros benefícios desta minha graduação. Fui pedir o certificado e, apesar de ser a mais mal vestidinha da fila, com umas calças de ganga desfiadas, blusa da feira e filho mais novo à tiracolo, era só senhora doutora para cá e senhora doutora para lá. Conquistei o respeito de um guichet de atendimento. Até me deu vontade de rir. No banco só não recebo olhares paternalistas quando o João me acompanha dentro do seu fato cinzento. Tenho que lhes mandar uma cópia do certificado. Ou então tenho que passar a vestir-me melhor. Assim é o mundo.
E, só para finalizar, a história realmente digna de ser contada, no fim desta minha odisseia, foi ter recebido no dia 28 a notificação oficial da FCUL para comparecer a provas no dia 27. Assim é o país.
Tudo para dizer que o pesadelo de dia 27 já passou. Não estive brilhante, nem nada que se pareça. Pelo menos não pelos meus padrões. Sou melhor do que foi a minha prestação pública. Gostava era que estas provas fossem escritas. Mas lá deu para o doutoramento summa cum laude, que até seria coisa de orgulho, não fosse isto tudo política.
Ainda não sinto nada. Nem alívio, nem contentamento. Pareço um daqueles condenados institucionalizados que não sabem viver cá fora ao fim de tanto tempo encarcerados. No dia seguinte fartei-me de chorar. Fiquei com o dia a dia desprovido de sentido.
Mas hoje, ah hoje!, colhi os primeiros benefícios desta minha graduação. Fui pedir o certificado e, apesar de ser a mais mal vestidinha da fila, com umas calças de ganga desfiadas, blusa da feira e filho mais novo à tiracolo, era só senhora doutora para cá e senhora doutora para lá. Conquistei o respeito de um guichet de atendimento. Até me deu vontade de rir. No banco só não recebo olhares paternalistas quando o João me acompanha dentro do seu fato cinzento. Tenho que lhes mandar uma cópia do certificado. Ou então tenho que passar a vestir-me melhor. Assim é o mundo.
E, só para finalizar, a história realmente digna de ser contada, no fim desta minha odisseia, foi ter recebido no dia 28 a notificação oficial da FCUL para comparecer a provas no dia 27. Assim é o país.
1 comentário:
Tu escreves t�o bem, p� Temos de conversar. N�o queres escrever num blog sobre o teu bairro?
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